Já a MetSul prevê que a enchente no Sul do Estado — próximo às cidades de Pelotas e Rio Grande — vai piorar nos próximos dias, com a água atingindo locais "em que jamais chegou".
"A quantidade de água que está descendo os cerca de 300 quilômetros entre o Guaíba e a parte Sul da Lagoa dos Patos, tecnicamente Laguna dos Patos, é colossal. Todos os rios que desaguam na Lagoa tiveram enchente recorde ou histórica."
"[...] A quantidade de água que avança pela Lagoa dos Patos é extraordinária e jamais vista", diz a MetSul. "A água alcançará locais em Pelotas em que jamais chegou, inclusive no Centro. Grandes áreas da quarta cidade mais populosa do Estado e a maior da Metade Sul gaúcha vão ficar debaixo d'água. Em alguns locais, a inundação será de severa a extrema."
Segundo o serviço meteorológico, a situação será tão extraordinária que as lagoas Mirim e dos Patos poderão se unir pela inundação "formando uma única e grande massa d'água".
As enchentes já deixaram 100 mortos, 374 feridos, 130 desaparecidos, segundo a Defesa Civil.
Mais de 1,4 milhão de pessoas foram afetadas em 425 municípios (85% dos municípios do Rio Grande do Sul). Cerca de 67 mil pessoas estão em abrigos e outras 164 mil tiveram que deixar suas casas.
O retorno das chuvas paralisou parte dos serviços de resgate e salvamento promovido por autoridades e voluntários. A prefeitura de Porto Alegre pediu que os barcos parasse temporariamente as atividades no início da tarde da quarta-feira.
As piores chuvas são esperadas na região sul do Rio Grande do Sul, segundo o Climatempo, mas todo o Estado deve ser afetado.
A previsão é pior para o fim de semana. A partir de sexta, "há condições para chuva frequente, ocorrência de temporais e acumulados extremos" especialmente na porção centro-norte do Estado, incluindo as regiões que já foram muito afetadas.
A Defesa Civil alerta que as pessoas resgatadas de áreas alagadas, inundadas ou que correm o risco de sofrer deslizamentos de terra não devem voltar para suas casas, especialmente na região metropolitana de Porto Alegre.
Não há condições seguras para retorno, diz a Defesa Civil. Além da previsão de chuva e possibilidade de mais deslizamentos e enchentes, há o risco de contaminação por doenças.
O nível do Rio Guaíba abaixou mas ainda está acima do 5 metros – 2 metros acima do que é considerado o máximo antes de causar inundação (3 m).
A previsão é que, mesmo sem chuvas, o rio continue acima da cota de inundação até a próxima semana e que o nível só volte ao normal no final de maio.
- UHE 14 de Julho, em Cotiporã e Bento Gonçalves
- PCH Salto Forqueta, em São José do Herval e Putinga
- Barragem de São Miguel, em Bento Gonçalves
- Barragem Saturnino de Brito, em São Martinho da Serra
- Barragem do Arroio Barracão, em Bento Gonçalves
A força tarefa organizada pelo governo do Estado e pelo governo federal continua atuando na região.
O governo federal informou que já destinou R$ 1,6 bilhão ao Estado entre liberação de emendas parlamentares, recursos para auxílio social, aquisição de alimentos, garantia de energia, entre outras iniciativas.
Serviços e infraestrutura
Autoridades federais e estaduais têm trabalhado para restabelecer os serviços e a distribuição de águas e alimentos.