O Projeto Mantis é um projeto independente e idealizado por alunos de biologia da UNIRIO, que faz parte do
Laboratório de Fitossanidade do JBRJ desde 2016, documentando todas as espécies que vivem aqui. Ele tem o objetivo de pesquisar e catalogar diferentes espécies de louva-a-deus, inseto inofensivo pela ausência de veneno e muito simpático graças a sua pose que nos lembra a posição de estar em oração, por isso seu nome popular.
Apesar dos poucos estudos sobre o inseto, já se sabe que existem 2.500 espécies ao redor do mundo e que o Brasil é o país que concentra sua maior diversidade, com pelo menos 250 espécies. No entanto, pesquisar sobre eles não é tarefa fácil: são insetos que se desenvolvem para se camuflarem perfeitamente entre as folhas, o que impossibilita percebê-los à luz do dia. Por isso, a melhor forma de encontrá-los é à noite, com o foco da luz de lanternas.
Em breve, usarão micro-chips para mapear os hábitos desses pequeninos bichos. Por ser predador de insetos menores, a existência dos louva-a-deus é altamente benéfica no arboreto, já que eles agem como reguladores de outras espécies e controlam o ambiente de forma natural. Além disso, pasmem: eles bebem água!
Na contra-mão da prática geral dos pesquisadores de insetos, o Projeto Mantis trabalha apenas com métodos não-letais, possibilitando que os louva-a-deus vivam todo seu ciclo de vida de forma orgânica, o que por sua vez também proporciona o registro do comportamento de cada fase das espécies, que podem viver até 2 anos.
Coordenado ainda, por Maria Luiza Moscatelli, do Laboratório de Fitossanidade do Jardim, o projeto só cresce. Ele recebeu o prêmio de fomento à pesquisa da National Geographic Society para a realização de expedições na Mata Atlântica Fluminense em busca de espécies raras. O trabalho está disponível no site www.projetomantis.com
Ainda não se consegue dizer o quanto os incêndios florestais prejudicam o retorno desta espécie ao seu habitat original. Talvez levem muito tempo ou nunca mais voltem. A diversidade das espécies é dependente do habitat e muitas são únicas. Dependem da umidade, calor e de certas plantas presentes, mas ainda não temos estudos definitivos mostrando quais. O trabalho de pesquisa também busca saber o quanto as mudanças climáticas estão afetando essa espécie e como ela reage a isso.
No mundo, temos uma quantidade imensa de insetos que são específicos dos lugares onde vivem. Estudá-los é importante para que, futuramente, possam servir de ajuda à espécie humana.
Fotos: Projeto Mantis
Fonte: https://www.amigosjb.org.br/